Transgênicos – milho e soja - são seguros para o consumo humano? Como afetam nossa saúde?
Os alimentos transgênicos, como milho e soja geneticamente modificados, são tema de debate há décadas. De um lado, há estudos que indicam que são seguros para o consumo humano, enquanto, do outro, críticos levantam preocupações sobre efeitos de longo prazo na saúde e no meio ambiente. Mas, o que diz a ciência sobre a segurança desses alimentos e como eles podem afetar a saúde humana?
O que são alimentos transgênicos?
Alimentos transgênicos são aqueles que tiveram seu DNA alterado por meio da engenharia genética para incorporar características específicas, como resistência a pragas, herbicidas ou condições climáticas adversas. No caso do milho e da soja, as modificações mais comuns são:
- Milho transgênico: Frequentemente modificado para produzir toxinas que matam insetos (como a toxina Bt) e resistir a herbicidas.
- Soja transgênica: Geralmente alterada para ser resistente ao glifosato, um herbicida amplamente utilizado na agricultura.
Mas, se os transgênicos matam insetos, são seguros para o consumo humano?
A maioria dos estudos revisados por órgãos reguladores internacionais afirma que os transgênicos atualmente aprovados são seguros para o consumo:
- A Organização Mundial da Saúde (OMS) declara que os alimentos transgênicos disponíveis no mercado passaram por avaliações rigorosas de segurança e não demonstraram riscos para a saúde humana.
- A Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA) concluiu que os alimentos geneticamente modificados não apresentam diferenças significativas em relação aos convencionais em termos de segurança.
- As Academias Nacionais de Ciências dos EUA revisaram mais de 900 estudos e não encontraram evidências de que os transgênicos causem doenças ou danos à saúde.
Possíveis efeitos na saúde humana
Embora a maioria das pesquisas indique que os transgênicos são seguros, há algumas preocupações em relação aos efeitos a longo prazo e ao uso intensivo de agroquímicos:
- Resíduos de agrotóxicos: Culturas como a soja transgênica são resistentes a herbicidas, como o glifosato, o que pode aumentar a presença de resíduos químicos nos alimentos. Estudos sugerem que a exposição crônica ao glifosato pode estar associada a problemas hormonais e ao aumento do risco de câncer, embora as evidências ainda sejam inconclusivas.
- Reações alérgicas: A inserção de novos genes pode, em teoria, introduzir alérgenos. No entanto, os alimentos transgênicos passam por testes rigorosos para minimizar esse risco.
- Microbioma intestinal: Algumas pesquisas preliminares investigam se os transgênicos podem afetar as bactérias benéficas do intestino, mas ainda não há conclusões definitivas.
Impactos indiretos na saúde
Além dos efeitos diretos, os transgênicos podem impactar a saúde humana de forma indireta:
- Monocultura e perda de biodiversidade: O cultivo em larga escala de transgênicos pode reduzir a diversidade agrícola, o que torna o sistema alimentar mais vulnerável a doenças e pragas.
- Resistência a herbicidas: O uso excessivo de herbicidas em lavouras transgênicas pode favorecer o surgimento de "superervas-daninhas", demandando doses mais altas de produtos químicos.
Com base no consenso científico atual, milho e soja transgênicos aprovados para consumo são considerados seguros para a saúde humana. No entanto, o uso intensivo de agrotóxicos em lavouras geneticamente modificadas levanta preocupações ambientais e de saúde pública que exigem monitoramento contínuo.
É fundamental que os consumidores tenham acesso a informações claras e atualizadas, e que políticas públicas garantam a transparência na rotulagem e na fiscalização de produtos transgênicos para que se possa avaliar esses produtos no longo prazo. Afinal, ninguém quer produtos mais resistentes que venham afetar a vida.